quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Planos de Aula - Morfossintaxe



Proposta de Atividade: O estudo de MALP (Morfossintaxe Aplicada a Língua Portuguesa) tem como principal objetivo desenvolver a capacidade de descrição e explicação de formasimultânea tanto a estrutura quanto o funcionamento da língua. Para que isso aconteça, tornam-se necessárias a descrição e a prática de uso dos processos morfossintáticos, assim como o desenvolvimento da capacidade de reflexão crítica sobre conceitos tradicionais e modernos, para assim propiciar melhoria tanto na análise quanto na produção de textos escritos.


Plano de Aula Elaborado por:
Ariane Fermino e Silva – RA B 77530-0
Camila Santana Silva – RA B 7503F-6
Carolina Lagarin Alípio – RA B 7241J-3
Jéssika Primo - RA B7521G-2
Polyanna Sato – RA B 7008B-2

Letras - 4º Semestre - Noturno

Matéria – Mosfossintaxe
Tempo de Aula: 2 horas e meia / Aula
Objetivo Geral: Apresentar aos alunos a relevância das reflexões sobre a linguagem, na perspectiva da Morfossintaxe e importância do estudo e analise da língua para ensino e aprendizagem da língua materna.
Material Utilizado: Lousa
Bibliografias:

Divisão da Matéria: Funções Sintáticas de uma oração simples – Metodologia Sautchuk

1º 30 minutos:

Sujeito
- O sujeito estabelece uma relação de concordância com o verbo.
Exemplos: João bebeu café / João e Marcos beberam café.
- Seguindo dois passos simples encontramos o sujeito na oração, o mesmo pode ser substituído por pronomes pessoais como “eu”, “tu”, “ele”, etc.
Passo 1 – Transforme a oração em uma interrogativa.
Ex: João bebeu café?
Passo 2 – Identifique quais pronomes pessoais conseguimos colocar na resposta.
Ex: Sim, ele bebeu.
O pronome “ele” está no lugar de “João”, logo João é o sujeito da oração.

Objeto Direto

- É um complemento obrigatório do verbo.
Exemplo: João falou inglês.
O verbo “falar” neste exemplo pressupõe que “alguém que fale” e “o que é falado”.
- Seguindo dois passos simples encontramos o objeto direto na oração, o mesmo pode ser substituído por pronomes oblíquos como “o” e “a” ou demonstrativo “isso”.
Passo 1 – Transforme a oração em uma interrogativa.
Ex: João falou inglês?
Passo 2 – Identifique quais pronomes que conseguimos colocar na resposta.
Ex: Sim, ele falou isso.
O pronome “ele” está no lugar de “João”, logo João é o sujeito da oração.
O pronome “isso” está no lugar de “inglês”, logo inglês é o objeto direto da oração.

Objeto Indireto

- É um complemento obrigatório do verbo.
Exemplo: João enviou flores à namorada.
O verbo “enviar” neste exemplo pressupõe que “alguém envie”, “o que é enviado” e “para quem é enviado”.
 - Seguindo dois passos simples encontramos o objeto indireto na oração, o mesmo pode ser substituído pelo pronome oblíquo “lhe” e os pronomes pessoais “ele / ela”.
Passo 1 – Transforme a oração em uma interrogativa.
Ex: João enviou flores à namorada?
Passo 2 – Identifique quais pronomes que conseguimos colocar na resposta.
Ex: Sim, ele enviou-lhe isso.
O pronome “ele” está no lugar de “João”, logo João é o sujeito da oração.
O pronome “isso” está no lugar de “flores”, logo flores é o objeto direto da oração.
O pronome “lhe” está no lugar de “à namorada”, logo à namorada é o objeto indireto.

2º 30 minutos:

Predicativo do Sujeito

- Modifica (predica) o sujeito.
- Aparece em frases em que o núcleo (verbo) é um verbo de ligação.
- Usaremos os dois passos da metodologia:
Passo 1 – Transformar a frase em uma interrogativa.
Passo 2 – Encontrar nas respostas as funções sintáticas da oração.
Exemplo: João é bonito.
Passo 1: João é bonito?
Passo 2: Sim, ele é bonito.
O pronome “ele” está no lugar de “João”, logo João é o sujeito da oração e “bonito” é o Adjetivo que modifica o sujeito, logo bonito é um predicativo do sujeito nesta oração.

Predicativo do Objeto

- Modifica (predica) o objeto.
- Aparece em frases em que o núcleo (verbo) é um verbo de ligação.
- Usaremos os dois passos da metodologia:
Passo 1 – Transformar a frase em uma interrogativa.
Passo 2 – Encontrar nas respostas as funções sintáticas da oração.
Exemplo: A mãe encontrou a menina triste.
Passo 1: A mãe encontrou a menina triste?
Passo 2: Sim, ela a encontrou triste.
O pronome “ela” está no lugar de “mãe”, logo mãe é o sujeito da oração, “a” esta no lugar de “menina”, logo menina é o objeto direto da oração e “triste” é o Adjetivo que modifica o objeto direto, logo triste é um predicativo do objeto nesta oração.

Adjunto Adverbial

- É um complemento não obrigatório do verbo na oração.
- Usaremos os dois passos da metodologia:
Passo 1 – Transformar a frase em uma interrogativa.
Passo 2 – Encontrar nas respostas as funções sintáticas da oração.
Exemplo: João falou inglês na Itália.
Passo 1: O João falou inglês na Itália?
Passo 2: Sim, ele falou isso.
O verbo “falar” neste exemplo pressupõe que “alguém que fale” e “o que é falado”, o pronome “ele” está no lugar de “João”, logo João é o sujeito da oração, “isso” esta no lugar de “inglês“, logo inglês é o objeto direto da oração e o termo “na Itália”, onde foi falado, não é obrigatório na oração, logo na Itália é um adjunto adverbial.

Adjunto Adnominal

- É um complemento não obrigatório na oração.
- Acompanha o sujeito da oração.
- Usaremos os dois passos da metodologia:
Passo 1 – Transformar a frase em uma interrogativa.
Passo 2 – Encontrar nas respostas as funções sintáticas da oração.
Exemplo: A menina bonita veio hoje.
Passo 1: A menina bonita veio hoje?
Passo 2: Sim, ela veio.
O verbo “vir” neste exemplo pressupõe que “alguém venha” e “o lugar do qual ela vem”, o pronome “ela” está no lugar de “menina”, logo menina é o sujeito da oração, o termo “hoje”, que indica quando veio, não é obrigatório na oração, logo hoje é um adjunto adverbial e o termo “bonita” que acompanha o sujeito na oração, não obrigatório, é o adjunto adnominal.

Complemento Nominal

- É um complemento obrigatório na oração.
- Em geral, acompanha o sujeito.
- Usaremos os dois passos da metodologia:
Passo 1 – Transformar a frase em uma interrogativa.
Passo 2 – Encontrar nas respostas as funções sintáticas da oração.
Exemplo: A cura da AIDS revolucionará a medicina.
Passo 1: A cura da AIDS revolucionará a medicina?
Passo 2: Sim, ela revolucionará isso.
O verbo “revolucionar” neste exemplo pressupõe que “algo que revoluciona” e “o que é revolucionado”, o pronome “ela” está no lugar de “a cura”, logo cura é o sujeito da oração, “isso” esta no lugar de “a medicina“, logo a medicina é o objeto direto da oração, o termo “da AIDS”, que indica do que se trata a “cura” é obrigatório para sentido da oração, logo da AIDS é complemento nominal.


Divisão da Matéria: Tipos de Orações e a Força Ilocucionária – Metodologia Perini



3º 30 minutos:

Tipos de Orações

·         Interrogativas – Na escrita usa-se o ponto de interrogação, na fala tem-se a entonação ascendente.
·         Imperativas – Frases com verbos no imperativo. Ex. Faça / veja / feche / abra / etc.
·         Exclamativas – Na escrita usa-se o ponto de exclamação, na fala tem-se a entonação de surpresa, alegria, etc.
·         Declarativas – Ausência de qualquer marca de pontuação. Pode ser uma declaração, afirmação, enunciado.
·         Optativas – Verbos no subjuntivo. Ex. Se eu fizesse / Quando eu fizer / etc.

Força Ilocucionária

A força Ilocucionária é diferente dos tipos de orações, trata-se de um ato de fala, sua intenção vai depender do contexto. Tipos de forças Ilocucionárias: pedido / ordem / promessa / pergunta / entre outros.

Ex. Você poderia me emprestar uma caneta?
Tipo de Oração: Interrogativa
Força Ilocucionária: Pedido


Papeis Temáticos e Funções Sintáticas – Metodologia Perini

As funções sintáticas já foram apresentadas, são elas: Sujeito, Objeto direto, Objeto Indireto, Predicativo do Sujeito, Predicativo do Objeto, Adjunto adverbial, Adjunto Adnominal e Complemento Nominal.
Os papeis temáticos seriam as funções semânticas dos sintagmas nas sentenças. Tipos de papeis temáticos:

Agente

- É o que faz a ação.
- Ligados a verbos com ação.
- Tem de ser animado (com alma).

Ex. O homem sorriu.
Passo1 – O homem sorriu?
Passo 2 – Sim, ele sorriu.
“O homem” é o sujeito da oração (função sintática) e também o agente (papel temático), pois ele faz a ação de sorrir.

Paciente

- O que sofre a ação.
- Ligados a verbos com ação em seu campo semântico.

Ex. O homem secou o rio.
Passo1 – O homem secou o rio?
Passo 2 – Sim, ele secou-o.
“O homem” é o sujeito da oração (função sintática) e também o agente (papel temático), pois ele faz a ação de secar, “rio” é o objeto direto da oração (função sintática) e também o paciente (papel temático), pois ele recebe a ação de ser seco pelo homem.

Instrumento

- Usado para se fazer uma ação.

Ex. O macaco quebrou o coco com uma pedra.
Passo1 – O macaco quebrou o coco com uma pedra?
Passo 2 – Sim, ele quebrou-o.
“O macaco” é o sujeito da oração (função sintática) e também o agente (papel temático), pois ele faz a ação de quebrar, “o coco” é o objeto direto da oração (função sintática) e também o paciente (papel temático), pois ele recebe a ação de ser quebrado pelo macaco, “com uma pedra” é o adjunto adverbial (função sintática) e também o instrumento (papel temático) utilizado para efetuar a ação.

Fonte

- Indica a origem (de onde vem).

Ex. O homem saiu da cadeia.
Passo1 – O homem saiu da cadeia?
Passo 2 – Sim, ele saiu dela.
“O homem” é o sujeito da oração (função sintática) e também o agente (papel temático), pois ele faz a ação de sair, “cadeia” é o objeto indireto da oração (função sintática) e também a fonte (papel temático), pois se refere ao lugar de onde o agente vem.
                                                  
Meta

- Indica o objetivo, alvo, destino, meta (para onde vou).

Ex. O homem viajou para Fortaleza.
Passo1 – O homem viajou para Fortaleza?
Passo 2 – Sim, ele viajou para lá.
“O homem” é o sujeito da oração (função sintática) e também o agente (papel temático), pois ele faz a ação de viajar, “para Fortaleza” é o objeto indireto da oração (função sintática) e também a meta (papel temático), pois se refere ao lugar para onde o agente vai.

Importante: Em uma oração, cada sintagma assume um papel temático diferente, a não ser que estas estejam coordenadas (em frases diferentes).




4º 30 minutos:

Regras para atribuição de papel temático na voz ativa
1.      O objeto direto se interpreta sempre como paciente.
2.      O adjunto adverbial, que começa com “com” se interpreta como instrumento.
3.      O sujeito se interpreta como agente, instrumento ou paciente.
Regras para atribuição de papel temático na voz passiva
1.      O agente da passiva que inicia com “por” e “pelo” se atribui o papel temático de agente.
2.      Não é necessário encontrar um agente na oração. Se não existir na sentença, assuma que há um agente não-especificado.
3.      O sujeito se interpreta como paciente.

Ex. Um pastel foi comido pelo Marcos.
Passo1 – Um pastel foi comido pelo Marcos?
Passo 2 – Sim, ele foi comido.

“Foi comido” são o verbo auxiliar + verbo (voz passiva), “um pastel” é o sujeito da oração (função sintática) e também o paciente (papel temático), pois ele sofre a ação, “pelo Marcos” é o agente da passiva (função sintática) e também o agente da oração (papel temático).


Divisão da Matéria: Período Composto (Subordinação) - Sautchuk (2010) e Silva e Koch (2011)


     5° 30 minutos:


Diferença entre frase e oração:

- Frase: Qualquer tipo de comunicado. Ex.: (1) Tchau! (2) A Geovana derrubou o forno. (Pode ter verbo ou não)

- Oração: Funciona com o verbo. Ex.: A Geovana derrubou o forno.

Período é a frase organizada em oração ou orações, podem consistir em período simples (contem apenas uma oração) ou composto (contem mais de uma oração).

Ex.:
Oração em período simples: A Geovana derrubou o forno.
Oração em período composto: A Dona Maria sabe que a Geovana derrubou o forno.

Na frase: "A Dona Maria sabe que a Geovana derrubou o forno", a oração destacada funciona como uma subordinada à oração principal, pois possui uma dependência sintática da mesma. As orações subordinadas podem ser completivas, também conhecidas na Gramática Normativa como substantivas, elas recebem essa nomenclatura, pois a oração secundária funciona um complemento da principal e, no caso das substantivas, possuem como núcleo um substantivo. As orações completiva/substantivas podem ser ainda:

1)     Subjetivas: na qual a oração subordinada desempenha a função de Sujeito.
Ex.: Que eu faça comida é importante.
- Esta oração denomina-se: Oração subordinada substantiva subjetiva;

2)     Objetiva Direta: na qual a oração subordinada desempenha a função de Objeto Direto.
Ex.: A Dona Maria sabe que a Geovana derrubou o forno
- Esta oração denomina-se: Oração subordinada substantiva objetiva direta;

3)     Objetiva Indireta: na qual a oração subordinada desempenha a função de Objeto Direto.
Ex.: Geovana precisa de que sua mãe a perdoe
- Esta oração denomina-se: Oração subordinada substantiva objetiva indireta;

4)  Predicativa do Sujeito: na qual a oração subordinada desempenha a função de Predicativo do Sujeito.
Ex.: Luciana é que era valente
- Esta oração denomina-se: Oração subordinada substantiva predicativa do sujeito;

5) Completiva Nominal: na qual a oração subordinada desempenha a função de Complemento Nominal (complemento obrigatório do sujeito, semanticamente falando)
Ex.: A possibilidade de que os EUA invadam o Iraque é uma realidade.
- Esta oração denomina-se: Oração subordinada substantiva completiva nominal.

6)      Apostiva: na qual a oração subordinada desempenha a função de Aposto.
Ex.: A minha vontade é esse: que tudo fique bem.
- Esta oração denomina-se Oração subordinada substantiva apostiva.

Existem também as orações subordinadas adverbiais, que denotam condição, causa, circunstância, entre outras possibilidades, e possuem como núcleo um advérbio. Seguem alguns exemplos de orações adverbiais, que desempenham funções de Adjuntos Adverbiais:

1)    Tempo e Espaço: na qual a oração subordinada desempenha a função de Adjunto Adverbial de tempo e/ou espaço.
Ex.: Geovana limpou a janela quando estava no quarto;
- Esta oração denomina-se: Oração subordinada adverbial temporal.

2)     Causa: na qual a oração subordinada desempenha a função de Adjunto Adverbial de causa.
Ex.: Geovana esqueceu a bolsa, pois não se organizou direito.
- Esta oração denomina-se: Oração subordinada adverbial causal.

3)  Consequência: na qual a oração subordinada desempenha a função de Adjunto Adverbial de conseqüência.
Ex.: Geovana correu tanto que quase passou mal.
                - Esta oração denomina-se: Oração subordinada adverbial consecutiva;